segunda-feira, 25 de junho de 2007
NO REFRIGERADOR...
Em 1979 eu tinha 17 para 18 anos e arrumei uma namorada, a primeira de uma série de estórias escabrosas que até hoje me acompanham. Às vezes eu ia até a casa dela, que ficava a umas cinco ou seis quadras de onde eu morava, mas como os pais dela não iam muito com a minha cara horrível, ela deu um jeito de vir morar comigo. No começo tava tudo bem entre a gente, até que começaram as brigas, e era uma atrás da outra, brigávamos pelos motivos mais estúpidos possíveis. Até aquela noite de abril, sexta-feira, véspera do meu aniversário. Eu tava na sala assistindo alguma porcaria na tv ou socando uma punheta, grande merda, eu tava na minha, como se diz, e ela veio lá da cozinha cheia de dedos, aqueles dedos nojentos, todos cheios de gordura de frango ao molho, começou a gritar feito uma puta esquizofrênica, e ainda tentou me cortar com um caco de vidro, fui mais rápido do que a espertinha e apanhei um machado na despensa, encontrei-a na cozinha, me esperando com uma faca na mão, mas nem deu tempo de gritar, num golpe só, abri uma tala enorme na fronte e ela tombou ao lado da pia, pedaços de massa encefálica escorriam até o queixo, tentei estancar aquilo com uma toalha, mas não deu certo, só piorou. Então eu peguei o machado, e piquei-a em pedacinhos pequenos, enrolei cada um deles em papel celofane, tirei todas aquelas tranqueiras do nosso congelador e coloquei-a lá dentro. Com exceção da cabeça que enrolei em papel alumínio, quebrei toda com um martelo e enterrei no fundo do quintal. Fígados e intestinos foi a comida do cachorro nos dois dias seguintes, tive que temperar com a gordura do frango ao molho, mas até que não foi tão difícil quanto eu imaginava. Aos poucos fui limpando a geladeira, quero dizer, eu tirava um ou dois pedaços, dependendo do tamanho e batia no liquidificador, até que o osso se separasse da carne, então eu pegava aquele pedaço de osso, triturava e jogava pela descarga, segui fazendo isso por duas semanas talvez, até que os pais dela vieram procura-la, obvio que eu disse não saber de nada, na manhã seguinte enterrei os pedaços que ainda faltavam triturar junto com a cabeça, no quintal dos fundos e me mandei para bem longe. Arranjei um emprego, aluguei uma casa e outras mulheres surgiram na minha vida, devo dizer também que comprei um refrigerador maior, muito maior do que aquele que eu tinha em Tucson, e liquidificadores melhores também. Quer dar uma olhada? Sinta-se à vontade, tem cerveja gelada no refrigerador, vá lá buscar duas para a gente e depois eu conto outras estórias minhas, gatinha.
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8 comentários:
Ai, senhor! Andas a ver muito Tarantino! :-)
Abraço!
um serial killer com botas de cowboy!!
rsrsrs
genial seu texto
um abraço
posso perguntar?
qual foi o comentário excluído?
Mhel foi um do Adestra. Basicamente a mesma coisa... eh eh eh!
hehehehe
tinha um pequeno erro
mais é mesmo comentário
necessario verificar:)
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