
Amplidão
Ampla.
A paisagem que se vê pela janela do ônibus. Esta que nos leva a outros lugares, outros tempos. Uma viagem dentro da viagem que fazemos.
É mais agradável assim, quando percebemos o todo da natureza ao redor da estrada - de mãos dadas. Realmente estamos juntos. E não me culpo por querer que seja sempre assim.
Ternura...
Mas quem saberia, de verdade?
O horizonte, distante, mas disponível ao toque do olhar, mostra uma história que não se revela. Não o futuro imediato. Não o final da história, em que um de nós cede e cada qual segue um caminho diverso. Pela morte ou pela vida.
Preferiria simplesmente deixar de pensar nisto e simplesmente me ver homem em seus olhos, não importando o que antes chamei de verdade ou o que um dia eu possa vir a chamar, que se sinta mulher em meus braços enquanto trilhamos o caminho conhecido de tantos e inédito a nós.
O momento. Algo que não se explica.
Transbordamos.
Mesclamos-nos em nossa jornada. Com os céus e as montanhas. Mesmo os arranha-céus da cidade onde deveremos chegar estão plenos de nós e do que espalhamos. Enxergo além da janela do ônibus. Você é a minha paisagem. Ampla.
Um comentário:
Esse eu tive o prazer de ler ainda na fase embrionária, lembro que fiquei com medo de molhar o papel, pois alguém derrubara, pouco antes, cerveja (ou teria sido caipirinha?) na mesa.
Postar um comentário