segunda-feira, 17 de março de 2008

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O desprezo por certas e quantas atitudes dos seres humanos é algo que, neste momento, ao meu ver, não pode ser deixado de lado. O desprezo não pelo ser humano em si, que é lindo, mas pela força de vontade e determinação que ele tem em fugir de sua condição, das características que ele se orgulha em ostentar, mas que não pratica.

A individualidade, a consciência de si, da existência, definha-se a cada dia. Não existe mais o "eu", em troca de outro "eu" produzido, fabricado. O indivíduo, próprio e consciente, não existe mais; se é que algum dia existiu (e aqui surge um pensamento que pode liquidar todo este argumento... a se pensar).

O indivíduo, nestes tempos, existe apenas para reclamar justiça e, muitas vezes, apenas para reclamar somente, seja lá do que for.

Me pergunto: direito? Justiça? Num olhar frio, seco, penso que não passam de meras piadas. Direito a quê? Qual justiça? Ora, bolas! O direito que o gado tem ao pasto? A justiça que produz apenas vítimas?

Nos esquecemos da ordem natural deste mundo. Nos iludimos em regras e promessas que não fazem parte da nossa natureza.

É desprezível o negar-se a si sem saber; aceitar palavras de ordem sem perceber, sem nem sequer ouví-las.

Todos têm seu lugar neste mundo, e isso é confortável demais. Têm seu lugar no mercado de trabalho, ou pensam e acreditam que deveriam ter; têm direito à sua saúde, a não se contaminar; a dizer seus palavrões nos momentos em que dita a raiva, porque estão cansados. E quem dita o cansaço? Têm direito a seus direitos, conquistados com árdua luta, mas que, na verdade, são apenas rédeas. Quem é que enxerga? São rédeas conquistadas com o cumprimento das obrigações aceitas!

E, ainda assim, reclamam. Reclamam de tudo, ridículos humanos, quando deveriam ficar quietos. Como dizem por aí, quem está no fogo tem que arder. Mas não! Gostam de brincar, mas não sabem perder, de jeito nenhum. Isso porque aprenderam assim; que existem os de cima e os de baixo, e os que estão lá são melhores que os daqui. Aprenderam e aprendem assim e nunca se questionam.

São desprezíveis porque o mundo que vivem é (se é assim que gostam de chamá-lo) injusto, e se esquecem disso. E são desprezíveis porque apesar de tudo o aceitam, a este mundo injusto, e ainda reclamam. Reclamam porque acreditam na piada de que devem reclamar, mas nunca pensaram direito sobre isso. Ridículos e desprezíveis porque aceitam e ainda assim reclamam das conseqüências da própria decisão, como o fazem os suicídas.

De qualquer forma, apesar de tudo isso, não há como negar (e talvez esteja aí o maior erro de todos), continuam sendo lindos, humanos.

2 comentários:

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