sexta-feira, 28 de março de 2008

Sendo

Sendo

já fui o ladrão a galope de seu deserto

já fui o grito na rua
o desespero de não saber pra onde ir
e a solução encontrada no último gole do copo

já fui a distorção da guitarra que já não toca

já fui o oásis que se desfaz à sua frente
a dor de ninguém

e também a risada presa na garganta

já fui o coro das igrejas
a mão que segurou a sua quando temia andar
já fui os olhos que guiavam
e a noite que teimava em prosseguir sendo


já fui sonho e acordei realidade fútil
o tempo perdido nos faróis de uma metrópole
o papo sem moreira nem bezerra
e já fui silva e de paula e alessandro

e permaneço de alguma forma

na vida de quem quer:
um vagabundo, um joão bobo,

um falsário, sedutor virgem do vazio

carrego em mim algumas verdades

todas as ficções e contradições
as bugigangas incompreensíveis do inconsciente

algum ódio, muito amor e um tanto mais de... teimosia

o que mais posso ser? e o que mais posso ter?

É, isto é tudo por esta noite. Beijos e abraços prophanos, meu povo!

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