
já fui o ladrão a galope de seu deserto
já fui o grito na rua
o desespero de não saber pra onde ir
e a solução encontrada no último gole do copo
já fui a distorção da guitarra que já não toca
já fui o oásis que se desfaz à sua frente
a dor de ninguém
e também a risada presa na garganta
já fui o coro das igrejas
a mão que segurou a sua quando temia andar
já fui os olhos que guiavam
e a noite que teimava em prosseguir sendo
já fui sonho e acordei realidade fútil
o tempo perdido nos faróis de uma metrópole
o papo sem moreira nem bezerra
e já fui silva e de paula e alessandro
e permaneço de alguma forma
na vida de quem quer:
um vagabundo, um joão bobo,
um falsário, sedutor virgem do vazio
carrego em mim algumas verdades
todas as ficções e contradições
as bugigangas incompreensíveis do inconsciente
algum ódio, muito amor e um tanto mais de... teimosia
o que mais posso ser? e o que mais posso ter?
É, isto é tudo por esta noite. Beijos e abraços prophanos, meu povo!
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