Os temas da conversa, da manhã, de algumas vidas.
Dois velhos jovens e letrados amigos conversam no Metrô. Já conformados com o fato de que nada vai mudar. Conformados com a natureza. A humana.
Um capta idéias para um futuro texto. Este. Já não é mais futuro, então.
Eles provocam. Eles sabem.
Não muito distante, uma chiquita hermosa fita um, fita outro. Sol forte de verão em pleno inverno. Eles devolvem com discrição o fitar, apesar que um fixa-se mais. Nenhuma palavra sobre, mas também todas as palavras são pra eles. Pra ela – um pouco.
Talvez uma estudante de História ou Serviço Social. Ou uma consumidora de programas de TV para a massa embrutecida. Ou tudo ao mesmo tempo num pacote aprazível aos olhos.
Despercebem ou não querem perceber o senhor que se põe ao lado. Ele ouve e fita também. Sol repleto de verão no murcho inverno, patriótico inverno. Porque sabe que aquele povo é feito pelo e para o sol. Um deles, um dos velhos jovens e letrados amigos, desce.
O que fica pergunta ao senhor, finalmente desfingindo: “Quer sentar-se?” Diz-que-não. Está vivo. Isto é para quem trabalha. Atravessa a cidade pra ver o neto. O universo contraído fica entre Itaquera e Aclimação. Duas solidões já se juntarão e serão nenhuma. Está vivo. Chega sua estação.
Sai pra ver o sol.
Beijos e abraços prophanos a todos!
Us and them
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