
República do Vazio Lírico
votam impostos
e as crianças têm de sair às ruas
vendem doces e salgados para poder comer
o pai não trabalha mais
o homem de terno e gravata tão empreendedor, tão orgulho-da-mamãe, não vê
nem mesmo eu (me) vejo, às vezes
há distribuição de presentes no morro
mais uns a distribuir balas em algum lugar
em qualquer lugar
ninguém com alma e
com tempo para sentir a vida e
saber que pode ser diferente
carnaval, novela, futebol...
o transporte lotado, o sol na cabeça...
o sorriso sem dentes no eme-esse-ene
o breve flerte no barzinho
vão sortear a mega-sena
temo que meu amigo ganhe e acabe assassinado
pela esposa
lugares comuns...
lugar comum, minha queixa também
a poesia (contida aqui?) não vai mudar o mundo
e, pelo meu, já fez o que pôde
mas no final, nada sobra
talvez as palavras perdidas em folhas amarelas
ou lugares que ninguém visita
um limiar nos alcança
a barreira do suportável já é bem clara
quem enxerga?
a terra será vermelha mais uma vez
e ninguém poderá chorar
porque o que poderia ter sido feito
não foi
este é o nosso lugar
de belezas descomunais
de todas as cores do arco-íris
esta é a nossa bandeira
a ser hasteada a meio-pau
esta é a nossa república do vazio lírico
Beijos e abraços prophanos ao povo brasileiro!
3 comentários:
Visitam sim....e gostam! rs
abraços e saudade, amigo.
É impressão minha ou o Blog Prophanos virou um blog Rafael / Paulo / Alessandro...ninguém mais se manifesta? remar com seis remos apenas cansa....as vezes....ah, tanto faz....seguimos mesmo assim.
Seguiremos, Paulinho!
Mas pense pelo lado positivo... antes, estavam apenas quatro braços. E eu voltei pra ficar, pelo menos até a próxima crise criativa (coisa de fresco, né? eh eh eh!)
Abraaaaaaaço!
Coisa de fresco!
Fez falta suas palavras por aqui. Espero que continue esse velejo.
Até nos comentários só estão esses tais aí...
Abraços!
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