quinta-feira, 4 de outubro de 2007

UM CONTO COM FINAL INTERESSANTE

Era uma vez um conto. um conto parado. estacionado. quase morto. pois nesse conto, nada acontecia, nada passava, nada partia. até um dia em que o Padre de uma cidadezinha semi-abandonada teve uma idéia: - Ei molecada, vamos dar um destino melhor para esse pobre conto moribundo - ele disse. e imediatamente começou a distribuir papel e caneta para os coroínhas que sentados ao pé de Nossa Senhora começaram a rabiscar seus destinos particulares para aquele conto. existiam três coroínhas e cada um deles deu um final diferente, o seu desfecho particular para a estória. o primeiro coroínha escreveu assim:
Era uma vez um padre, um padre de quem fui amante, certo dia estávamos enamorados bem na beirada de um poço abandonado, então ele veio para cima de mim com aqueles dedos sujos de hóstia, saltei para o lado e empurrei-lhe para o fundo do poço, onde seu corpo apodrece agora.
(esse era o final trágico) embora um tanto cômico (ao menos para mim).
o segundo coroínha escreveu então:
Era uma vez um padre, um padre de quem fui amante, certo dia, enquanto passeávamos pelo jardim ao lado da igreja, colhiamos flores, milhares delas e quando me dei conta de que não poderia suportar tanto peso, perguntei para ele se queria que eu colocasse lá atrás, claro que eu me referia ao depósito que ficava atrás da igreja, mas ele não entendeu direito, imediatamente levantou a batina e disse: coloque, meu filho, coloque bem aí atrás.
(esse era o final cômico) embora um tanto bobo (ao menos para mim).
o terceiro coroínha rabiscou:
Era uma vez um padre, um padre de quem fui amante, um dia enquanto eu me confessava para ele, contava sobre minhas experiências com drogas pesadas e prostituição, ele saiu de dentro daquele cubículo, começou a gritar e gesticular muito, cuspia enquanto falava, parecia fora de controle, o mais estranho de tudo era que sua roupa nesse dia era uma farda, uma espécie de farda de algum tipo de polícia medieval, então ele sacou uma arma e disse: só há uma maneira de livra-lo de todo o pecado - e então disparou um tiro na própria cabeça.
(esse era o final surpreendente) embora um tanto real (ao menos para mim).

Quando o terceiro terminou sua versão, o padre escolheu um dos meninos, aquele que tinha feito a melhor de todas as estórias e foi com ele para dentro de um quartinho escuro bem ao lado da estátua de bronze de um Jesus Cristo que agonizante, sangrava.

Um comentário:

Mhel disse...

BRAVO! BRAVO! BRAVO!
(Comprou da concorrência,amigo ingrato?)